Diante da recessão em que o Brasil se encontra, está gerente não é
tarefa simples. Essa instabilidade faz com que o gestor não tenha planejamento
a longo ou médio prazo. O negócio baseia-se no presente, pois, o futuro é incerto.
A palavra chave é competitividade, através de corte em custos como de CMO, ou
seja, níveis hierárquicos enxutos sem interlocutores, desperdício zero, custo
fixos controláveis (água, luz, gás, etc). Portanto, a eficiência é o que
importa, fazer com o mínimo de recursos possível a mesma tarefa. Sendo o Gerente o principal
afetado ou atingido nessa conjuntura.
Atualmente, os gerentes, coordenadores, supervisores, recebem uma carga
cada vez maior de responsabilidades, as quais vem sendo incorporadas de outros
cargos inferiores, que pelo corte de custos inexistem
nesse novo ambiente competitivo, em contrapartida os salários não são reajustados
ou não acompanham essa nova filosofia. Essa reengenharia organizacional não
fomenta a grande finalidade da criação de uma empresa, a qual do contrário que
todos pensam não é “obter lucro”, a empresa é criada para “atender uma
necessidade”, o lucro é secundário. Se a empresa não atender essa “necessidade”,
ou seja, se não fizer com qualidade aquilo a que se propõe, não obterá lucro,
fadada a fechar as portas.
O Diretor não padece da mesma fragilidade a qual o Gerente enfrenta, sendo
esse último atingido diretamente por raios e trovoadas, ou seja, sua exposição
é evidente, não que um Diretor não passe por isso, entretanto, com maior
proteção e com maior tempo para lidar com adversidades, há uma blindagem maior (isso se aplica para aqueles que estão acima em nível hierárquico do
gerente).
A competitividade faz com que relatórios diários (planilhas e mais
planilhas) sejam passados para os superiores, é quase como um balancete fosse feito a cada dia, analisando linha a
linha, para avaliar o atingimento de metas de curto prazo, até mesmo aferindo apenas o número final. Não levando em
consideração (em diversas vezes) políticas implantadas para reduções em CMO,
qualidade da CMO brasileira, etc. Há também o contexto econômico atual, onde muitos estão
endividados e com poder aquisitivo menor. Fatores que estão inviabilizando o
crescimento do negócio. Creditar apenas no gerente os malefícios do negócio não caminhar em uma crescente, já que a cada dia o gerente está deixando de gerir para
operar a loja, se tornando um funcionário multitarefa de luxo sem foco no que
realmente importa, a administração.
A lógica de comando e controle implementada atualmente, de longe é o
melhor modelo, hoje o gerente prepara as costas para carregar o piano (o peso do mau resultado). É necessário
um novo padrão, o qual se divida as responsabilidades, recursos sejam
compartilhados para assegurar a realização de projetos, atividades e garantir a qualidade. Esse novo
conceito não é só fomentar o gestor com benefícios ou atrativos, passa também
por uma mudança na cultural do sistema de trabalho, buscando responder as
demandas não só de forma “eficiente”, porém, também “eficaz”, pois, um está
interligado com o outro.
Claro que não haverá hoje e muito menos no futuro as robustas
estruturas que tínhamos, isso é impossível, porém, não podemos manter um
arquétipo de gestão linear dos organogramas tradicionais, onde há escassez de
recursos versus maior resultado, com cobranças centralizadas, arapuca perfeita
para o Gerente.
Autor: Ednaldo L. da Silva
Bacharel em Administração de empresas
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