terça-feira, 21 de setembro de 2010

Trabalho escravo

A permanência do trabalho escravo no Brasil
é um problema de ordem econômica ou moral?

INTRODUÇÃO

O desequilíbrio socioeconômico existente no Brasil é um dos fatores preponderantes para que, ainda, tenhamos casos de trabalho escravo.
De outro lado, se for abordar o assunto correlacionando-o com a moral, a ética será com certeza nosso alicerce, onde teremos diversos exemplos negativos, envolvendo políticos, fazendeiros, latifundiários, industriais, etc.
No entanto, o trabalho forçado não é apenas proveniente dessas duas formas citadas anteriormente, o contexto histórico-sociopolítico também incide.

DESENVOLVIMENTO

Por se tratar de um país com dimensões continentais, onde as políticas públicas nunca foram baseadas e focadas para atender as necessidades regionais, o nível de migração interna sempre foi elevado, sendo assim, por falta de capacidade mobilizadora, planejamento, interesse dos governantes é que regiões como o norte, nordeste e centro-oeste do país são as menos desenvolvidas, as quais apresentam índices de trabalho escravo e até infantil expressivos, cabendo ressaltar alguns estados como: Maranhão, Piauí, Tocantins, Pará, Goiás, Ceará, Minas Gerais e Bahia. Nesses estados trabalhadores vivem na miséria e precisam de alguma forma levar o pão de cada dia para seus familiares, morando em locais degradados e com baixo desenvolvimento econômico (guetos). A consequência disso é que aliciadores (gatos) buscam através de propostas atrativas levá-los para fazendas, industriais, etc, que não cumprem com as normais legais de empregabilidade, criando verdadeiras senzalas.
A ética deverá sempre nortear todos os envolvidos, direta ou indiretamente, nos diversos setores econômicos e sociais. Porém, atualmente o modismo que se instalou no meio corporativo de utilizar a palavra “ética” como instrumento de disseminação para venda de seus produtos/insumos não é cumprida na sua essência, sendo assim, em muitos casos empresas se utilizam de trabalho forçado para obter vantagem competitiva e consequentemente maximizar seus lucros. Em outros casos, a exploração da mão-de-obra escrava não é utilizada pela a empresa diretamente, porém, a mesma sabe que o fornecedor de insumos se utiliza de trabalho forçado para com seus empregados, mesmo assim, compra e industrializa tal produto, criando uma cadeia/sistema onde a mão-de-obra escrava é utilizada.
O poder público através de seus órgãos não consegue fiscalizar com eficácia, pois, nas em suas entranhas a moralidade é opostamente ao que esperamos, onde frequentemente há escândalos de corrupção, essa instabilidade política gera a impunidade daqueles que fazem instrumento da escravidão do trabalhador por não haver rigor nas ações adotadas.
Durante décadas o êxodo populacional, tendo como direção as regiões metropolitanas, causada pelas desastrosas administrações públicas – onde não houve desenvolvimento harmônico de todas as unidades do país. Os governantes que deveriam tomar para se as responsabilidades em criar condições socialmentes sadias se utilizavam das misérias para promover-se politicamente, sendo omissos, tolerantes, negligente e deixando formar nos grandes centros urbanos aglomerados de pessoas em condições desumanas. De outro lado, nas zonas rurais os grileiros, latifundiários e grandes empresários se faziam donos ou detentores de grandes quantidades de terra adquiridas de forma ilícita, as quais pertenciam ao Estado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, o fator econômico não é a principal causa ou a justificativa para que trabalhadores sejam escravizados no País. Contextualizando, as misérias aqui presentes poderiam ser amenizadas se tivéssemos uma cultura moral ou princípios morais enraizados em nossa sociedade. Muitos falam sobre por que os políticos são corruptos, porém, todos querem dar em jeito de burlar ou transgredir a lei para se beneficiar, os políticos eleitos pela sociedade são, basicamente, o retrato da própria sociedade.
Através de políticas sérias de: combate ao trabalho escravo, desenvolvimento das regiões subdesenvolvidas, fiscalização e punição dos indivíduos envolvidos, contenda contra os corruptos e corruptores (políticos ou não), teremos condições de enxergar um horizonte com melhor qualidade de vida para os que se encontram em meio a miséria, convivendo com o medo de não ter o que comer, ou seja, sobrevivendo socialmente.
Finalizando, teremos que rever nossos paradigmas e pragmatismos sociais para reformular cidadãos, buscando fortalecer princípios e valores morais de conduta, bons costumes, para só assim, vislumbrarmos uma conformidade com as regras éticas que deveriam reger a sociedade.

Ednaldo L. da Silva
Aluno graduação: Administração de Empresas
Universidade Gama Filho

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